Fotos: Sérgio Vale
O Acre chega aos 59 anos de Estado com mais de 60 mil desempregados e outros 171 mil desesperançados, pessoas que deixaram de procurar emprego.
Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicado recentemente.
Esse Acre que que está próximo dos 60 anos tem visto, nos últimos dois anos, a miséria crescer assustadoramente.
Segundo dados do Banco Mundial, a extrema pobreza saltou de 17,4%, em 2018, para 18,9%, em 2019.
Olhando por todos os aspectos, não há o que comemora.
Sob o comando do pouco apto Gladson Cameli, o Acre segue à deriva.
Não há ação ativa e efetiva em nenhum segmento da administração pública estadual.
Gladson Cameli se elegeu, segundo as suas próprias palavras, garantindo “abrir o Acre para o desenvolvimento”.
Que abertura foi essa?
Qual a forma que ele pensa o desenvolvimento?
O que a sociedade tem visto é uma involução. Tudo está praticamente estagnado.
Para ser correto com a história, apenas uma coisa evoluiu: a corrupção desenfreada.
Logo nos primeiros dias de governo, Cameli prometeu inundar o estado de obras, disse que iria investir R$ 1 bilhão na construção, o que obviamente iria gerar empregos e movimentar a economia.
Cabe dizer que havia dinheiro sim. A administração do petista Tião Viana deixou, em caixa, R$ 1,3 bilhão justamente para as obras.
As obras não saíram da ficção. As poucas realizadas foram destinada à empresas do Amazonas ou pertencentes a primos do governador.
Cameli falava que o agronegócio seria o seu carro-chefe. Falaram até em “rondonizar” o Acre. O governo está com o terceiro secretário de Pecuária e Agronegócio. O produtor, principalmente o pequeno, permanece completamente desamparado pelo poder público.
O que dizer da Educação e da Saúde?
A Educação, que fora exemplo, passou a ser escolinha de corrupção. O dinheiro público destinado à merenda escolar, por exemplo, passou a ser usado para o enriquecimento ilícito de secretários, assessores e empresários.
Não houve qualquer iniciativa ousada ou inovadora para a formação das futuras gerações. Desestimulados, os trabalhadores entraram em greve.
Na Saúde, que está em greve, a situação não é diferente. Segundo relatos de funcionários e sindicalistas, esse setor está doente, necessitando de um olhar mais sadio para uma área que mexe com o que temos mais valioso: a vida.
E a Segurança Pública?
Na campanha, Gladson Cameli disse que havia chamado um especialista para cuidar do setor.
Ele e o especialista, o vice-governador Wherles Rocha, nem se falam mais.
As organizações criminosas ditam as regras no bairros da capital e das outras cidades acreanas.
Se formos relatar o retrocesso vivido no Acre em apenas dois anos, daria para fazer um livro.
Mas o espaço é pequeno.
Gladson manda pintar prédios e espaços públicos de azul partidário, como se as coisas estivem azuis como o céu de brigadeiro.
Não estão.
O que pode ser dito é que não há o que comemorar, num estado cujo governador perde mais tempo contando lorota do que trabalhando.
Num estado que perdeu protagonismo e a credibilidade em nível nacional.
O Acre quase sessentão segue sem um líder capaz de ser respeitado e apontar rumos.
O maior presente que Gladson Cameli daria no próximo ano seria mostrar que realmente não precisa da política e deixar de concorrer a um novo mandato.
Mas ele não fará isso.
Desde os 29 anos que Cameli vive e sobrevive da politica. Não sabe fazer outra coisa.
Vai continuar apostando nas patranhas para tentar renovar um mandato que nem começou.
Como diz a letra do hino acreano, quem defende a democracia e um estado com rumo definido, vai continuar lutando sem recuar, sem cair, sem temer.