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O Arquivo do Façanha traz a história do VI GP Verágua de Ciclismo-2004

Por Manoel Façanha

Aproveitando a belle époque (bela época) do ciclismo de passeio que atualmente invade as ruas e avenidas de Rio Branco e, até mesmo, algumas estradas que ligam a cidade a outros municípios, o “Arquivo do Façanha” traz neste final de semana imagens e fatos do VI GP Verágua de Ciclismo, ocorrido no mês de dezembro de 2004, na Rodovia AC-40.

Lembro-me que, no mês de dezembro de 2004, não somente eu (Jornal O Rio Branco), Ramiro Marcelo (jornal A Gazeta), Alberto Casas e Michael Jackson (Diário do Esporte) e entre outros cronistas esportivos, receberam o convite para cobrir a realização do VI GP Verágua de Ciclismo. O próprio empresário Sebastião de Melo Alencar, proprietário da empresa de água mineral Verágua, não somente ajudou na mobilização da imprensa esportiva, setor pelo qual sempre teve respeito e afinidade, como também, ofereceu um churrasco regado a cerveja e refrigerante pós-prova.

Naquele ano, a premiação da prova foi estipulada no valor de R$ 2.500, algo em torno de pouco mais de oito salários mínimos a ser distribuída entre os primeiros colocados. Ciclistas do Acre, Rondônia e Goiás marcaram presença na prova. O empresário Sebastião de Melo Alencar, ex-presidente do Rio Branco Futbool Club por três oportunidades, à época, comentou que a prova já tinha virado uma tradição na comunidade de ciclistas e era muito prazeroso pra ele o fato da sua empresa estarcontribuindo para o desenvolvimento do ciclismo esportivo acreano.

Com a largada da prova prevista para o início da manhã de um domingo, o primeiro desafio naquele 19 de dezembro era acordar bem cedo e pegar a estrada até o local do evento, precisamente a cidade de Senador Guiomard, a quase 30 quilômetros da minha residência. No entanto, antes, passei na casa do cronista esportivo Ramiro Marcelo para irmos juntos ao local, algo costumeiro, quando as coberturas eram fora do perímetro de Rio Branco-AC.

Como foi a prova

Com temperatura até certo ponto agradável, a largada da VI GP Verágua de Ciclismo contou com a participação de 30 ciclistas na categoria elite e de dezenas de outros na MTB. O percurso da prova sofreu um acréscimo de 7 quilômetros em relação àedição anterior, assim passando a contar 47 quilômetros em terreno pavimentado de asfalto – Senador Guiomard/Rio Branco e Rio Branco/Senador Guiomard.

A largada da prova ocorreu de forma tranquila, com os participantes formando uma fila indiana, até os ousados Jessé Albuquerque e Francisco Ulisses iniciarem uma fuga dos demais competidores. O resultado foi a bipolarização da disputa pela liderança, com Jessé Albuquerque tendo muito trabalho para se livrar do adversário rondoniense, que espertamente usava o vácuo do acreano, para poupar energias. No entanto, o pior momento da corrida para Jessé Albuquerque ocorreria a 10 quilômetros da bandeirada de chegada, quando um problema técnico nos freios de sua bicicleta passou a incomodá-lo, algo solucionável graça à sua perícia em cima de duas rodas. Daí em diante, a sorte veio para o lado do acreano, isso pelo fato de o rondoniense ter um dos pneus de sua bicicleta furado a pouco mais de um quilômetro da reta de chegada, assim com o acreano cruzando com certa tranquilidade a linha de chegada na primeira posição com tempo de 1h12’00”.

Comemoração com Verágua no lugar do champanhe

Com a conquista do VI GP Verágua, Jessé Albuquerque, além de receber troféu e medalha, garantiu uma premiação de R$ 1 mil. Na época, lembro-me que, numa rápida conversa com Jessé Albuquerque, pedi a ele para fotografá-lo se hidratando com uma garrafa d’água da Verágua, onde o rótulo da mesma ficasse visível a minha lente. Esse fato me fez lembrar da prova das 500 milhas de Indianápolis, onde o vencedor, ao comemorar o título da tradicional corrida americana, deixava a garrafa de champanhe de lado e adotava como líquido hidratante o leite – algo ocorrido desde 1936, apesar de uma ou outra vez essa tradição não ser repetida pelo vencedor. É digno de registro ainformação de que os EUA é o maior produtor de leite do planeta, assim não descartando que beber leite, após uma vitória nas 500 milhas de Indianápolis, prova tradicional do calendário da Fórmula Indy, não seja uma grande jogada de marketing do capital leiteiro americano, principal patrocinador do evento esportivo.

Retornando à história do VI GP Verágua, o ciclista Francisco Ulisses (RO) chegou em segundo na categoria elite, seguido de perto pelo então hexacampeão acreano, Santos Vidal, esse pelo segundo ano consecutivo comendo poeira para os adversários. O quarto e quinto colocados foram, respectivamente, Inácio Farias (GO) e Rafael William (AC).

Na briga pelo alto do pódio da categoria MTB, o ciclista Daniel da Silva (AC) chegou em primeiro, seguido de pertinho pelo também acreano Paulo Costa. O rondoniense Marcos Paulo foi o terceiro; o quarto e quinto foram, respectivamente, Francisco Valmir e Jean Carlos, ambos do Acre.

Alencar ficou satisfeito e surpreso com o resultado da prova

Feliz com o desfecho da prova, o empresário Sebastião de Melo Alencar demonstrou surpreso com a briga pela ponta da corrida, proporcionada pelos ciclistas Jessé Albuquerque e Francisco Ulisses, atletas que bipolarizaram a disputa do VI GP Verágua de Ciclismo. Alencar, empolgado de como ocorreu o desfecho da corrida e a sua repercussão na mídia esportiva, disse, à época, que o GP Verágua era a principal prova de ciclismo do Acre.

 

José Alício elogia empresário pela realização do evento

Outro empolgado com o desfecho da corrida era o então secretário extraordinário do Esporte, professor José Alício Martins, esse elogiando a iniciativa do empresário Sebastião de Melo Alencar, assim como do presidente da Federação Acreana de Ciclismo, Santos Vidal, um dos principais atleta da modalidade naquela época, pelo sucesso do VI GP Verágua. Martins disse ainda naquela ocasião que o desportista Sebastião Alencar era do tipo de empresário que o esporte sonhava em ter como parceiro.

Também digno de registro foi a presença na prova do então presidente da Federação de Motocross do Acre, advogado Cassiano Marques, um dos parceiros da Federação Acreana de Ciclismo na realização da prova.

Churrasco ao ponto e muita gelada

E se o leitor me perguntar como foi a churrascada de encerramento do GP Verágua? Eu respondo que o churrasco estava ao ponto e as bebidas geladíssimas, apesar do pouco tempo que fiquei no recinto, devido outros afazeres particulares naquele domingo. Mas, me parece, que a festa não deixou nada a desejar, pois até hoje eu desconheço o horário do retorno da dupla Alberto Casas e Michael Jackson à cidade de Rio Branco.

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