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O Arquivo do Façanha homenageia Sérgio Taboada

Por Manoel Façanha

Essa semana, precisamente na quinta-feira (18), recebi uma notícia pra lá de triste: o amigo Sérgio Taboada, meu guru político, se foi para os braços do Pai após algumas horas internado numa UTI de Hospital de São Paulo, vítima de ataque fulminante do coração, igualzinho ao ocorrido com o seu irmão, meu estimado amigo John Taboada, o melhor cabo eleitoral que conheci na minha vida.


Minha afinidade com o Sérgio Taboada vai além dos aspectos ideológicos. Ele era torcedor do meu Independência, assim como do nosso Fluminense, mas tínhamos divergência em Sampa, onde ele morava há quase 20 anos. Eu, palmeirense, e ele corintiano, mas sem aranhões.


Nossas vidas vieram a se cruzar nos finais dos anos de 1980. Eu, um continuo recém-contratado de apenas 18 anos pelo Banco Itaú, e ele, dez anos mais velho e um caixa do Banco do Brasil, mas já com liberação de frequência livre para responder pela presidência do Sindicato dos Bancários do Acre.

Nossa primeira conversa ocorreu durante uma visita dele à agência do Banco Itaú. O saudoso John Taboada, um amigo do bairro da Estação Experimental, me apresentou ao seu irmão Sérgio Taboada. Sempre simpático e atencioso, ele conversou comigo a respeito da importância dos direitos dos trabalhadores e me fez um convite para filiação ao Sindicato dos Bancários do Acre. No outro dia já estive no sindicato para o preenchimento da ficha de filiação.

Pouco tempo depois, eu já era dirigente sindical de base da única agência do Banco Itaú, em Rio Branco-AC.
O cargo de representante sindical da agência me levou a ser um frequentador assíduo das reuniões convocadas pelo sindicato, pois compromisso pra mim sempre foi coisa séria. O tempo passou. Então, após a nossa dirigente sindical com frequência livre, Liberdade Cordeiro, esposa do jornalista Moura Neto, solicitar o seu retorno para a função de caixa do Banco Itaú, fui convidado pelo John Taboada a me candidatar na chapa da situação ao cargo de diretor de Esporte Cultura e Lazer.

Lembro-me, que neste mesmo período (1991), eu iniciava o meu primeiro curso superior, na Universidade Federal do Acre (Ufac), no curso de bacharelado em História.
Numa das maiores disputas eleitorais no meio sindical acreano, envolvendo duas “Marias” (Maria Antônia x Maria José), a minha venceu. A minha não, a nossa queridíssima Maria Antônia, mulher de fibra e de coração de ouro que hoje mora no céu. Então, com a vitória da chapa Maria Antônia/Sérgio Taboada esse laço de amizade, admiração e convicções políticas entre eu e o querido Sérgio Taboada somente cresceu. Lembro-me que eu, Marcão, Maria Antônia, João Braña, John Taboada, Perpétua Almeida, Nara Jucá, Felismar Mesquita e outros camaradas, dedicamos parte de nosso tempo livre a reuniões, mobilizações e campanhas.

Recordo-me que, naquela época, além de ajudar nas pinturas de faixas e cartazes, eu ainda comprava inúmeras camisas de candidatos ou campanhas, broches e ainda marcava presença em animados comícios da Frente Popular do Acre. E, se o leitor me perguntasse se em algum momento da história eu me arrependi desse tempo de militância política, responderia que jamais. E justifico: na minha época de militância política, o Sérgio Taboada era uma dessas figuras políticas que embalavam o coração da nova geração por um país mais justo e democrático.

Sonhávamos naquele momento que o trabalhador deixasse de ser apenas uma peça de engrenagem na máquina produtiva da economia nacional para ser um elemento consumidor das riquezas produzidas por ele e com direitos a todas as regalias nas áreas de EDUCAÇÃO, SAÚDE, SAÚDE, SEGURANÇA, TRANSPORTES…


Então era isso e também para dizer que o “Arquivo do Façanha” neste final de semana não terá praticamente nenhum um lance ligado ao Esporte, mas sim, vai buscar mostrar imagens da militância política do carismático e íntegro ser humano Sérgio Taboada, um idealista/intelectual que amava a coletividade e que nos últimos dias de sua vida fez combates nas redes sociais contra os negacionistas da pandemia do novo coronavírus.

E essa sua atuação me fez recordar seus velhos tempos de sindicalista/parlamentar, ao cobrar com inteligência do poder público federal a compra de mais vacinas para a preservação da vida dos brasileiros.

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