O governador Gladson Cameli assinou decreto que irá impactar diretamente na mesa do cidadão e da cidadã acreanos.
Atendendo à lobby de meia dúzia de pecuaristas, Cameli reduziu em 80% a base de cálculo do ICMS para
saídas interestaduais de boi e vaca gordos para abate, nas operações destinadas aos Estados do Amazonas e Rondônia.
A primeira pergunta a se fazer é: a quem interessa essa medida? Certamente não é à comunidade.
A decisão de Cameli vai aumentar o preço da carne, haja vista que diminuirá a oferta no consumo interno.
Também vai gerar desemprego, pois os frigoríficos locais ficarão ociosos diante da escassez de gado para abater.
Estamos em pleno início do inverno amazônico. A oferta de bovino está reduzida. Um grande frigorífico local, por exemplo, está operando apenas com 50% da sua capacidade instalada.
“Se houver uma saída substancial do gado, o preço tende a subir. Isso não é uma coisa boa no momento”, disse um empresário, que pediu o sigilo da fonte.
Segundo esse empresário, a chamada pauta do boi foi modificada em outros momentos, mas havia excesso de gado, o que justificava a medida.
“Estamos com uma escala curta. O cenário do momento é ruim”, explicou.
Semana passada, de acordo com o empresário, havia proprietário de frigorífico que não tinha carne para entregar exatamente pela escassez de gado para o abate.
O decreto entra em vigor dia 20 e terá validade de 30 dias. Nesse período os rondonienses e amazonenses farão a verdadeira festa da carne.
Quantos aos acreanos, é bom preparar o bolso e os dentes para roer o osso.