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General Heleno abafa ‘rachadinhas’ de Flávio

Por Altamiro Borges

O sinistro general Augusto Heleno está novamente na mira. Segundo a revista Época, “partidos de oposição enxergaram um suposto uso da máquina pública por parte da família Bolsonaro ao acionar o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para levantar prova que pode anular o caso Queiroz”.

Diante do uso ilegal de órgãos do governo para abafar as denúncias das “rachadinhas” de Flávio Bolsonaro, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) protocolou mandado de segurança junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo o afastamento de Augusto Heleno do cargo de ministro-chefe do GSI, e de Alexandre Ramagem, da função de diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Já o líder do PSB na Câmara Federal, deputado Alessandro Molon, decidiu solicitar apuração na Procuradoria-Geral da República (PGR) e iniciar a coleta de assinaturas para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a ação do general-araponga. “Molon pedirá também oficialmente explicações do GSI, comandado por Heleno”, informa a Época. 

Uso das instituições para proteger o filho

Todas estas iniciativas de apuração também receberam o respaldo de outros partidos da oposição. “O líder da minoria na Câmara e vice-presidente do PT, José Guimarães, afirma que o PT apoiará medidas tomadas pela Rede e pelo PSB e assinará o pedido de criação de uma CPI para apurar o envolvimento do governo para levantar uma prova que pode anular o caso Queiroz. O PT também endossará um pedido ao STF para afastar Augusto Heleno por usar o GSI no caso”, complementa a revista. 

“O Brasil não pode silenciar diante de tantas ilegalidades desse governo. O general que deveria zelar pelas boas práticas do Planalto se coloca a serviço junto a instituições de Estado para proteger o senador Flávio Bolsonaro e as ilegalidades cometidas por ele”, argumentou o deputado José Guimarães (PT-CE).

Reunião não registrada nas agendas oficiais

A denúncia do envolvimento do GSI, da Abin e de outros órgãos do governo na tentativa de abafar as investigações sobre as “rachadinhas” de Flávio Bolsonaro, ex-deputado estadual no Rio Janeiro e atual senador, é gravíssima. Como aponta artigo do Estadão deste sábado (24), ela confirma a interferência indevida de órgãos do governo para salvar a pele do filhote 01 do presidente da República. 

Segundo o jornal, “o presidente participou de reunião com os advogados do filho, senador Flávio Bolsonaro, o ministro Augusto Heleno e o diretor da Abin, Alexandre Ramagem. O objetivo foi debater ‘irregularidades das informações de Relatórios de Investigação Fiscal’ produzidos por órgãos federais sobre Flávio. A reunião, que não foi registrada nas agendas oficiais do presidente nem de Heleno, ocorreu em 25 de agosto. A informação foi revelada pela revista Época e confirmada pelo Estadão”.

Peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa

Desde julho de 2018, Flávio Bolsonaro é investigado por suspeita de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A investigação foi aberta a partir do relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que identificou “movimentações financeiras atípicas” de assessores de deputados do Rio de Janeiro. Fabrício Queiroz, assessor do gabinete de Flávio Bolsonaro, foi um dos citados após o Coaf apontar movimentação “atípica” de R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. 

Como lembra o Estadão, esta não seria a primeira tentativa do “capetão” de interferir em órgãos públicos para salvar a pele dos seus pimpolhos. “Bolsonaro é alvo de inquérito que corre no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar se ele interferiu politicamente na Polícia Federal (PF), como acusou o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, ao deixar o governo. Em reunião com ministros no dia 22 de abril, o presidente disse: ‘Eu não vou esperar f… minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha’. Na época, investigadores que assistiram ao vídeo disseram ao Estadão terem entendido que o presidente vinculou mudanças na Superintendência da PF no Rio à proteção de sua família”.

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