Em reunião tensa, Gladson e Bocalom divergem sobre fechamento de atividades no Estado
“A briga foi feia, teve dedo na cara, teve voz alterada, teve tudo que tem uma discussão”.
A frase que abre o texto é de uma música da dupla sertaneja Henrique & Juliano para relatar uma briga de casal.
Ela, também, se encaixa no que aconteceu na quarta-feira, no Palácio Rio Branco, entre o governador Gladson Cameli e o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom.
O entrevero foi presenciado por membros do Judiciário e dos Ministérios Públicos Federal e Estadual.
Assustado com a previsão de o Acre chegar a 50 mortes diárias pela Covid-19, Gladson Cameli quer aprofundar as medidas de isolamento social, mas não quer pagar o ônus político sozinho.
Cameli espera o escudo das instituições e dos prefeitos para fechar tudo no Acre durante duas semanas.
Ele diz não precisar, mas faz tudo pensando em política.
Sem encontrar guarida de forma aberta, chegou a declarar que seria capaz de entregar a condução das medidas de combate ao vírus aos Ministérios Públicos e O Judiciário.
Gladson agiu e blefou como Gladon, sempre querendo fugir das suas responsabilidades.
Segundo fonte presente à reunião, o arranca-rabo maior aconteceu com Bocalom.
Negacionista assumido e defensor do uso de remédios sem base científica, o prefeito se posicionou contrário às medidas mais duras.
Foi o suficiente para o governador desabafar, dizendo para Bocalom descer do palanque, pois nem candidato será no próximo ano.
No auge do desabafo, o governador mandou desligar as câmeras.
Depois, como é normal na sua personalidade, permitiu que tudo fosse gravado.
“Vou jogar para fora todos os podres que estão dentro de mim”, teria dito ao soltar o verbo.
Não houve cumprimento entre o governador e o prefeito ao final da reunião.
Hoje à tarde, Cameli se reunirá com os prefeito, on-line, espera o que não terá: a anuência para decretar o lockdown.
A saúde do Acre está um caos.
E não foi por falta de alerta.
Não faltou dinheiro.
Faltou gestão.