
Semana passada, numa das suas visitas ao Acre, Gladson Cameli degolou 340 cargos comissionados de seu governo.
Estava possesso com a derrota acachapante na Assembleia Legislativa, que, por 20 votos a 0, derrubou oito vetos de sua autoria.
Esta semana, Cameli resolveu completar o serviço e chegou à sua 341ª demissão.
Por meio de um intermediário mandou avisar ao deputado José Luiz Tchê (PDT) que não o queria mais como líder.
De forma subliminar, o governador culpou o pedetista pelo fracasso no Legislativo.
Tchê sai da liderança de forma humilhante.
Não há como assim esconder a humilhação pública a um presidente de partido, que foi atraído pelo governo após a eleição.
Quando foi para assumir como líder, recebeu o convite de Gladson Cameli. Na hora do bota fora, o deputado foi informado pelo secretário Alysson Bestene.
Cameli age sempre pelo mesmo método. Primeiro queima, depois vaza pela imprensa, em seguida degola.
José Luiz Tchê será substituído pelo ex-líder Gehlen Diniz (PP), que vai pedir que Cameli reconsidere parte das exonerações da semana passada.
Por mais que consiga reverter, os estragos são irreparáveis. Falta confiança. Diniz terá mais dificuldades do que teve na primeira vez que exerceu a liderança.
As demissões da semana passada custarão muito caro. O governo terá que encostar a barriga no balcão e comprar mais canetas.
Falta um líder no governo.
E esse líder era para ser o governador.
Foto: Sérgio Vale