Por meio do secretário de Infraestrutura, Thiago Caetano, o governo do Estado anunciou o cronograma de entrega de obras no primeiro semestre deste ano.
Ótimo, pois isso irá gerar empregos e movimentar a economia, certo?
Errado.
Caetano está agindo como o pássaro jacamim, aquele que não faz filho, mas adora criar os filhos dos outros.
Não há uma ação ao menos iniciada pelo atual governo, sob a responsabilidade do atual secretário. As empresas de construção civil estão urrando, pois não sabem qual o plano de Cameli para o setor.
Além da quebradeira e do desemprego visíveis, é fácil desmontar o engodo numa rápida visita ao Diário Oficial do Estado.
De janeiro até hoje, não uma edital de licitação para execução de obras. Nada foi iniciado, nem licitado.
Também é visagem a captação de recursos pela atual administração estadual. Os recursos que estão alimentandos as execuções fazem parte do R$ 1,3 bilhão que o ex-governador Tião Viana deixou em caixa para Cameli trabalhar.
Pelo andar da carruagem, Cameli e o seu secretario irão dizer que foi deles a iniciativa de investir mais de R$ 100 milhões em saneamento integral nos quatro municípios de difícil acesso.
Uma das principais aberrações de Caetano é o anuncio da entrega de 74 casas no Conjunto Andirá. No mesmo local, Tião Viana entregou 270, das 14 mil entregues durante o seu governo.
O pior é que o secretário conta com os louvaminheiros de plantão. Certamente muito bem remunerado, um colunista assinalou que Caetano pegou o Andirá em escombros. Mentira. Quem falou isso nunca nem passou perto do local.
Engenheiros de obras prontas, Caetano e Cameli estão fazendo promoção pessoal nas entregas de obras. Usando a logomarca do governo, exibem banner gigante com a seguinte frase: “Mais um projeto concluído, mais uma obra entregue pelo governador Gladson Cameli”. Se isso não for crime, não se sabe mais o que é.
Por fim, os mais apressados podem dizer que Cameli está entregando obras inacabadas do governo passado. Esse não é o problema. O problema seria não tivessem iniciado e não contassem dinheiro em caixa para pagar.
É a coisa mais comum um governador deixar obras para o seu sucessor terminar. Afinal, o mandato tem prazo para começar e iniciar.
Nos últimos anos, o único que não terminou obra do seu antecessor foi o petista Jorge Viana.
Se Viana fosse terminar o que recebeu, já teríamos sido devolvidos à Bolívia.