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Licitação de R$ 300 milhões para construção do Centro Administrativo pode estar com cartas marcadas

Representante da possível empresa vencedora participou de reunião com o governador

Eles não aprendem.

Fazem errado porque querem ou estão mal intencionados.

Vejamos.

Em maio deste ano, a Polícia Federal indiciou o ex-governador e atual deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) e outras onze pessoas.

O indiciamento se deu por corrupção passiva e ativa, desvio de recursos públicos e falsidade ideológica, por ilegalidades cometidas durante a construção da Cidade Administrativa de Minas Gerais.

Segundo o relatório da PF, o processo de licitação foi dirigido para que um grupo de empreiteiras vencesse a licitação.

Há, ainda, indícios de desvio de recursos públicos através de contratações fictícias, cujas prestações de serviços não foram executadas na obra.

A investigação apontou que o prejuízo aos cofres públicos totalizaram quase R$ 747 milhões. Os onze indiciados ao lado de Aécio Neves são representantes das empreiteiras envolvidas

Inicialmente, a construção da Cidade Administrativa foi orçada em R$ 900 milhões. O Tribunal de Contas do Estado afirma que o custo da obra passou de R$ 1,8 bilhão.

Desconsiderando o exemplo mineiro, o governo do Acre anunciou a construção do Centro Administrativo, obra orçada em R$ 300 milhões.

Essa obra tem todos os indícios de ser a origem do o maior esquema órfão de legalidade do governo Gladson Cameli.

O maior da história do Acre.

Pelo menos um dos indícios de ilegalidade encontrado no governo de Aécio Dias está explícito nos trâmites do processo no Acre.

Trata-se do direcionamento da empreiteira que tem tudo para ganhar a licitação, se os órgãos de controle não agirem. Ou se empresas concorrentes não denunciarem.

A carta, segundo fonte do Portal, está devidamente marcada.

Esse direcionamento estaria sendo conduzido por um parente do governador, que também é empreiteiro.

Este Portal obteve fotos de Gladson Cameli com representantes da empresa, justamente para debater a construção habitacional e o Centro Administrativo.

A legenda das fotos não deixa dúvidas do teor do encontro, pois as imagens foram publicadas no Instagram do próprio governador.

Estranho, não é?

A empresa em tela é a Sugoi – Incorporadora e Construtora, com sede em São Paulo, que está construindo prédios em Rio Branco.

Não se comenta outra coisa no meio empresarial sobre o grande esquema que está se desenhando no silêncio dos gabinetes.

Além do possível direcionamento da construção do centro administrativo, haveria uma articulação dentro do governo, pelo parente do governador, para que a administração estadual faça o Cheque Moradia, nos moldes do que ocorre em São Paulo, onde o governo dá um subsídio de R$ 30 mil por habitação para os funcionários públicos.

O processo está andando de forma célere.

Na quinta-feira, O Diário Oficial do Estado trouxe o Aviso de Licitação para contratação integrada de empresa especializada para elaboração de projetos executivos de engenharia, elaboração de as built, aprovações e execuções das obras de implantação da Cidade Administrativa.

Numa flagrante irregularidade, segundo denúncia de servidores, representantes da Sugoi estão dentro da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Regional (Sedur) para tratar sobre o processo. E fazem exigências como se fosse os donos do pedaço.

Ora, se a licitação para a contratação está marcada para o dia 13 de janeiro do próximo ano, como representantes da empresa estão ajudando a elaborar o projeto dentro da Sedur?

A contratação da empresa será por meio do Regime Diferenciado de Contratação Integrada (RDCI).

Nessa modalidade, o governo só diz o que quer, os projetos e orçamentos são por conta de quem participa. Em outras palavras, quem tem informações privilegiadas como a Sugoi tem maior possibilidade de vencer.

Empresário consultado pelo Portal lamentou: “Nos governos anteriores, os empresários do Acre tinham oportunidade de participar. Agora, no governo de Gladson Cameli, esse privilégio é das empresas do Amazonas, dos parentes do governador e essa tal de Sugoi”.

Em Minas Gerais tardou, mas os acusados foram indiciados.

Seria de bom tamanho que os órgãos de controle no Acre pedissem esclarecimentos urgentes sobre essa transação.

Algo mudou no Irineu Serra

Realmente algo mudou na região do Irineu Serra.

Nem estrada os moradores queriam. Agora, além da rodovia, parecem está concordando com o Centro Administrativo.

É preciso contar história.

No início de 2011, o então diretor-presidente do Deracre, Marcus Alexandres, queria construir, com o aval do governador Tião Viana, o anel viário a partir da vila Custódio Freire, passando pela comunidade Irineu Serra, até a estrada de Porto Acre.


Na verdade, estrada Irineu Serra é o prolongamento da Custódio Freire. Integra o anel viário de Rio Branco quando de sua concepção original, há mais de 25 anos.


Esse trecho, ha muito tempo, está quase que completamente asfaltado, faltando pouco menos de cinco quilômetros.


O projeto estava em discussão e elaboração.


As obras seriam executadas levando-se em conta as particularidades da região.


Todas as movimentações, porém, foram interrompidas porque os moradores do Irineu Serra se posicionaram contra.


Não queriam sofrer os impactos com o fluxo intenso de veículos na região.


No bairro estão instalados importantes centros da cultura do Santo Daime, em particular o Centro de Iluminação Cristã Alto Santo.


Naquele momento, em 2011, foi travada uma grande polêmica quanto à decisão de concluir o asfaltamento.


Ficaram, de um lado, os moradores da Vila Custódio Freire, defendendo a pavimentação.


Dispuseram-se a fechar a BR 364, por entender que a obra traria inúmeros benefícios à comunidade.


No polo oposto ficaram os moradores da região conhecida como Alto Santo, lugar onde morou Raimundo Irineu Serra, criador da doutrina religiosa que utiliza ayahuasca em seus rituais.


Esse grupo também ameaçou fechar a própria estrada para impedir o acesso das máquinas, com utilização de paredes humanas.

Agora, não se vê movimentação alguma.


O que mudou em nove anos, além do governo?

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vale a leitura