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JUNTOS PELA DEMOCRACÍA

Por Léo de Brito e André Kamai*

A live da TVPT com membros do Diretório Nacional do partido e a participação do ex-presidente Lula, entre outros convidados, virou a pauta do dia. Sobretudo devido a declaração de Lula sobre movimento “estamos juntos”, lançado com um manifesto um tanto quanto incompleto, vamos assim dizer.

Lula fez duras críticas ao movimento, que não deixa clara a sua posição acerca do que, exatamente, está lutando.

O manifesto, que agrega milhares de assinaturas e é apoiado por personalidades, políticos e artistas, se propõe a combater o fascismo, defender a vida e a democracia, mas em nenhum momento cita Bolsonaro e a necessidade imediata de sua queda.

O texto não faz qualquer referência ao golpe de 2016 e a prisão política de Lula. Esquece ainda da nefasta política econômica de Guedes que vem massacrando os trabalhadores. Portanto, não reconhece a gênese de todo esse movimento antidemocrático ao qual se propõe combater.

Foi o que Lula disse e ele tem razão! Não é possível restabelecer a normalidade democrática no Brasil se não fizermos uma correção, desde a origem. Mas, também não será possível buscar a normalidade democrática sem tirar Bolsonaro do poder.

Não seria razoável ao PT legitimar um movimento que oculta, convenientemente, a história, como se a Lava-Jato, o golpe de 2016, a prisão de Lula e o massacre aos trabalhadores não compusessem o cenário antidemocrático de hoje.

Também não faz sentido que o PT se dedique, agora, a desconstruir esses movimentos, como se não tivessem alguma legitimidade. É hora de somar iniciativas que lutem contra o fascismo bolsonarista.

O justo e necessário “pedido de desculpas”, que fará muito bem a democracia brasileira não virá por uma formalidade dos que protagonizaram o golpe, mas por um reconhecimento histórico em uma nova aliança do povo pela retomada do processo de desenvolvimento, iniciado por Lula e Dilma.

Entretanto, neste momento, precisamos compreender quem são os 70% — uma maioria que diz não ao neofascismo brasileiro. Esse número é político e socialmente diverso, mas reconhece o retrocesso no qual o Brasil se meteu com governo Bolsonaro. E a única pauta que une essa maioria é o FORA BOLSONARO.

Entendemos que o PT precisa juntar os que reconhecem a trajetória do fascismo bolsonarista num novo manifesto, que se soma aos que já estão em curso e colabora com amplo e democrático movimento pela democracia brasileira. Aliás, somente com a democracia restabelecida será possível discutirmos nossas necessárias e justas diferenças. Sem isso, e com o golpe seguindo seu curso, agora, com os militares, só nos restará a luta pela própria sobrevivência.

*Léo de Brito é advogado, Professor da Universidade Federal do Acre, Mestre em Relações Internacionais, ex presidente do PT-AC e ex Deputado Federal.

*André Kamai é sociólogo, ex presidente do PT-AC e editor do Blog.

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