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Ribamar Trindade sonhava com o TCE, mas é tirado do governo para se juntar a mais de 14 milhões de desempregados no país

Demissão do chefe da Casa Civil acaba de vez com a República do TCE no governo de Gladson Cameli

Quem conhece como as coisas funcionam na administração pública, sabe a diferença entre a exoneração a pedido para a simples exoneração.

Uma, como o próprio nome diz, parte do nomeado, que pede para sair. A outra é decisão exclusiva de quem tem a caneta na mão, que, insatisfeito com o seu subordinado, o coloca no olho na rua.

Foi assim, por livre decisão do governador Gladson Cameli, que o advogado Ribamar Trindade deixou o governo pelas portas do fundo. Ele não pediu para sair.

Com a exoneração de Trindade, Cameli pôs fim ao que foi batizado pela imprensa de a “República do TCE”, em razão da quantidade de ocupantes de cargos no governo oriundo do Tribunal de Contas do Estado.

Ribamar Trindade não saiu do governo da forma que sonhou.

Durante os dois anos em que esteve no governo trabalhou para ser alçado ao cargo de conselheiro do TCE.

E quase conseguiu.

Contando com uma manobra que contou com a participação do governador, dos deputados estaduais e setores do Judiciário, o advogado foi indicado e teve o seu nome aprovado na Assembleia Legislativa para substituir o conselheiro José Augusto Araújo de Faria na corte de conta.

José Augusto morreu em junho, vitima da Covid-19.

Nessas coincidências da vida, Ribamar, que também teve complicações de saúde, viajou para São Paulo na UTI no ar que veio resgatar conselheiro, que não pôde embarcar porque o seu quadro de saúde se complicou.

Com vitórias no Parlamento e no Judiciário, Trindade foi nomeado conselheiro no Diário Oficial do dia 30 de outubro. Essa foi a única publicação do dia.

Com posse marcada, o quase conselheiro não assumiu porque uma decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fui, determinou que a vaga aberta no TCE só poderá ser ocupado depois que houver o trânsito em julgado, o que vai levar tempo.

Quem acompanha o dia-a-dia dos corredores palacianos sabe que a relação entre o chefe da Casa Civil e o governador estava longe de ser amistosa há um bom tempo. Ontem, antes da decisão da demissão, os gritos podiam ser ouvidos por quem estava do lado de fora do gabinete.

O que era ruim, arruinou quando Cameli mandou o projeto de reforma administrativa sem ao menos passar pela Casa Civil. Tudo foi gestado e operado direto pela Procuradoria-Geral do Estado.

Para piorar a desmoralização, o governador, na reforma, esvaziou as atribuições da Casa Civil com a criação de uma Secretaria de Governo.

Sem o poder inerente à Casa Civil, Trindade seria uma espécie de rainha da Inglaterra. Uma peça decorativa.

Ao longo desses dois anos, o neófito em politica Ribamar Trindade cometeu muitos erros, mas dois merecem maior destaque.

No primeiro, brigou com o seu criador, o conselheiro Antonio Malheiro, que tornou-se um dos maiores empecilhos para que a sua nomeação na corte não se concretizasse.

No segundo foi fazer o que muitos fizeram e se arrependeram amargamente: confiar na palavra de Gladson Cameli.

Ribamar Trindade, que esperava sair do governo para o cargo vitalício no paraíso chamado TCE, foi demitido e entrará na conta dos mais de 14 milhões de desempregados existentes no país.

Para o antigo cargo que ocupava no TCE, com certeza, não retornará.

E assim caminha a humanidade.

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