
VÍDEO: Irregularidades na compra de computadores pela SEE e identificadas pelo TCE têm que ter investigação do MPF e da PF
Veja como é a vida.
No dia dois de janeiro, eu levei a público uma transação, no mínimo suspeita, sobre a compra de computadores pela Secretaria de Estado de Educação e Esporte.
Eram dois mil computadores.
Os equipamentos foram adquiridos da empresa C.Com Informatárica, cujo proprietário é genro do deputado estadual José Bestene.
Questionei o fato de a empresa ter, supostamente, entregue dois mil computadores em um dia e ter recebido três dias depois.
Não recebeu um valor qualquer.
O genro de Bestene, o senhor Cristiano Ferreira, embolsou mais de dez milhões e duzentos mil reais.
Cheio de razão e negando as evidências, o genro do José Bestene moveu duas ações contra mim.
As ações estão tramitando na Justiça.
Quem tem dinheiro, principalmente conseguido sem muito esforço, pode contratar advogados caros.
Foi isso que o empresário fez.
Penso que quem não deve, não teme.
Em abril, o vice-governador Wherles Rocha veio a público corroborar com o que eu tinha falado.
Rocha, o novo líder da oposição, denunciou um superfaturamento de até três milhões de reais, na compra dos benditos computadores.
Picado pela mosca da arrogância, o senhor Cristiano também processou o vice-governador.
Incrível! o genro do Bestene conseguiu uniu eu e o vice-governador, o que e raro.
Eu diria quase impossível.
Mas nada como um dia atrás do outro.
Não tivemos nem a segunda audiência e a verdade vem à baila.
Eu estava certo.
O vice-governador também estava certo.
Auditores do Tribunal de Contas do Estado, muito provavelmente motivados pela lebre que levantei, foram verificar os procedimentos.
E descobriram muita coisa errada.
Descobriram muito mais do que podiamos imaginar.
Para início da conversa, foi detectado um sobrepreço superior a dois milhões e setecentos mil reais, para a compra de dois mil computadores.
Até o dia da inspeção, haviam sido pagas mil setencentos e cinquenta máquinas, o que diminui o superfaturamento para dois milhões quatrocentos e seis mil.
Quer saber mais?
A Secretaria de Estado de Educação e Esporte adquiriu equipamentos com configurações inferiores e preços superiores ao mercado, podendo esse superfaturamento se ainda maior.
Vou ler um trecho do relatório dos auditores do TCE:
“Vale ressaltar que, apesar ter tido início no mês de novembro, houve uma celeridade atípica no andamento do processo, especialmente na última semana do ano, entre os dias 23 e 27 de dezembro, incluindo um feriado no dia 25 de dezembro, o que, de certa, forma impacta o funcionamento da administração pública.”
Gente, assim como Papai Noel, trabalharam no Natal.
Será que alguém, além do senhor Cristiano, ganhou presente do bom velhinho?
O que você acha?
Se houve celeridade para pagar, não houve para entregar.
Numa flagrante e gritante ilegalidade, os computadores começaram a chegar no fim de janeiro.
O contribuinte acreano pode ter financiado para que o genro de José Bestene ganhasse muito dinheiro.
São as evidências.
São as provas.
Lembro que na época dessa estranha aquisição, o então secretário adjunto Márcio Mourão foi exonerado.
Foi ele quem ordenou a despesa.
Mas Márcio Mourão, se teve bom senso, não fez o absurdo pagamento sem respaldo de alguém mais alto a lhe guiar.
Fala-se até numa mensagem de gente do andar de cima determinando o pagamento dos mais de dez milhões de reais, de forma ilegal.
Até onde se sabe, esse governo só tem um determinador…
Bem, vou lembrar que o maior volume de recurso é federal.
O governo Gladson Cameli torrou mais de 10 milhões de reais do Fundeb.
Esse é o caso para o Ministério Público Federal e a Polícia Federal investigarem mais a fundo.
Acho que há cheiro de pedala fiscal.
Fica a impressão de que precisavam fechar os 25% constitucionais previstos para a Educação.
Se houver investigação séria, é quase certo que pessoas serão algemadas.
Só para lembrar.
Essa é a segunda denúncia feita por mim, por meio do Portal do Rosas, que atesta atos ilicitos no governo.
A outra foi o escândalo do Depasa, que comprovou o desvio de mais de meio milhão reais pelo antigo diretor-presidente.
O ex-diretor foi preso.
Coincidentemente, assim como fez o genro de Bestene, Tião Fonseca e a sua esposa moveram ações na Justiça contra mim.
Os honestos estão sendo desmascarados, o que facilita a defesa.
Esse governo não resiste à meia hora de investigação séria.
Está sendo corroído pela fome que roedores têm pelo dinheiro público.
A gente, sofre privações e ameaças, mas não se cala.
Finalizo com um veneno:
Por que será que essa história envolvendo o genro de José Bestene só veio à tona agora?
Ele foi concluído em março.
Enquanto isso, Gladson Cameli vai dançando com a sua candidata a prefeita de Rio Branco…
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